FAVELA OU COMUNIDADE, FREUD?

Em São Paulo tem um bairro nobre chamado Jardins. Passei por lá hoje enquanto esperava um colega do curso de pós-graduação. Ele me explicou que o local que estávamos abrange vários bairros que foram projetados no início do século XX com a influência de um conceito urbanístico conhecido como “Cidade Jardins”, desenvolvido na Inglaterra um século antes, que entre as ideias de espaço urbano, foi caracterizado pela presença de ruas arborizadas.

-Quer dizer que o bairro que você mora foi projetado, estruturado, planejado, urbanizado?

-Tudo isso!

-O que eu morei não! É chamado de aglomerados subnormais pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Periferia, gueto etc. Interessante que estão chamando o ambiente de comunidade, mas é favela mesmo.

-Eu não consigo opinar, mas confesso que é uma quebra de paradigma interessante. Mudando de assunto, hoje (06/05/2021), Sigmund Freud completaria 165 anos. Consideramos hoje o Dia do Psicanalista, pela data do seu nascimento e fundação da psicanálise.

-Você acredita que Freud consideraria a favela, como favela ou comunidade?

-Se pensarmos que a favela é um “trauma social” por conta dos seus pais que podemos chamar de Estado, creio que sim. Bem, chegamos na estação de metrô.

-Te encontro amanhã na comunidade do Jardins?

-(Risos) Marcado.

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