UNIVERSIDADES PÚBLICAS ARRECADAM LIVROS PARA BIBLIOTECAS PRISIONAIS DE SÃO PAULO

Campanha de arrecadação de livros feita na USP, UNESP e UNICAMP servirá para abastecer acervos bibliográficos de sistemas prisionais, incentivando a cultura da doação.

Campanha vai levar qualidade a acervos bibliográficos prisionais de estabelecimentos de São Paulo e do interior – Foto: Reprodução/TJES

De: Jornal da USP, por Camilly Rosaboni

A Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais (ABCD) da USP, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), estão organizando uma campanha de arrecadação de livros para destiná-los a acervos prisionais da cidade de São Paulo e do interior paulista.

A partir de uma parceria com a  Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap), haverá uma análise logística de distribuição, dependendo da quantidade de livros doados. No caso de serem poucas obras recebidas, as bibliotecas as entregarão para uma determinada unidade prisional escolhida pelos organizadores. 

Adriana Ferrari, coordenadora executiva da ABCD, explica a importância desta ação nos sistemas prisionais. “Nós buscamos levar qualidade para o acervo bibliográfico prisional, afinal o acesso à leitura também é um direito da pessoa que se encontra na prisão. O potencial da cultura e da leitura é capaz de expandir perspectivas”, afirma Adriana. Além disso, desde 2011, com a alteração na Lei de Execução Penal (LEP), é possível reduzir a pena por meio da quantidade de livros lidos. 

As pessoas interessadas em fazer a doação devem se dirigir às bibliotecas que estiverem realizando a coleta nestas universidades participantes da iniciativa. Não é necessário pertencer às comunidades acadêmicas para fazer a doação. A campanha é válida durante todo o mês de março, em comemoração ao Mês da Pessoa Bibliotecária.

A campanha também será utilizada para mobilizar mais bibliotecas na arrecadação de livros para os sistemas prisionais. “Nós vamos desmistificar o estereótipo de que bibliotecários são apenas pessoas que organizam livros na prateleira”, brinca Adriana.

“Vamos transformar a sociedade, por meio da leitura, a partir de um olhar cuidadoso que conscientize para a cultura da doação”, complementa.

“Para nós, essas campanhas são importantes não apenas para homenagearmos o profissional que atua em nossas bibliotecas, mas também pela sua importância social no estímulo à leitura, além de marcar o retorno das parcerias das bibliotecas do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais (CRUESP)”, afirma Oscar Eliel, diretor do Sistema de Bibliotecas da Unicamp. 

A coordenadora da ABCD explica que a campanha se relaciona às metas da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que busca erradicar a desigualdade no âmbito global. “É um compromisso de toda a sociedade. Para termos um mundo sustentável, não se trata apenas de aspectos ambientais, mas também econômicos e sociais”, observa Adriana. 

Serão aceitos livros literários de qualquer temática, desde que sigam os seguintes critérios estabelecidos pelos organizadores da campanha:

  • Regrinha de ouro: “só vale livro novo ou em bom estado”;
  • Menos é mais: vale mais a pena conseguir títulos atrativos do que uma grande coleção de obras que não estimulem a leitura;
  • Nunca incluam nas doações: apostilas, relatórios, livros didáticos, enciclopédias;
  • Não valem livros rasurados.

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