Aconteceu na Câmara dos Deputados, uma audiência Pública Extraordinária (semipresencial), sobre os riscos da formação inadequada de psicanalistas no Brasil. Com entidades e diversos especialistas no segmento, foi debatido a regulamentação do curso de psicanálise com chancela do Ministério da Educação (MEC), a qual a maioria dos debatedores e especialistas foram contrários. A reunião foi solicitada pelos deputados Paulo Folletto (PSB-ES), Jorge Solla (PT-BA), e pela deputada Flávia Morais (PDT-GO). O debate aconteceu no dia 18 de setembro.
Representantes da Uninter, centro universitário do Paraná, que oferece curso de psicanálise a distância em 850 cidades, defendeu a iniciativa de cursos de graduação em psicanálise. Já o MEC, por sua vez, informou que o curso da instituição foi incluído na categoria de graduações experimentais e será analisado com cautela.
Para o parlamentar Paulo Folletto, a segurança dos pacientes e a qualidade dos serviços de saúde mental no Brasil enfrentam uma nova e grave ameaça: a possível chancela do Estado, por meio do Ministério da Educação a cursos de graduação em psicanálise cujo modelo de formação é amplamente questionado.
A prática clínica em saúde mental exige preparo ético e técnico rigoroso. Onde os diversos especialistas alertaram para os riscos da formação inadequada de psicanalistas no Brasil, reiterando os princípios do pai da psicanálise, Sigmund Freud, sobre o Tripé Psicanalítico -Análise pessoal, estudo teórico e supervisão clínica. Denise Maurano, representante da Articulação das Entidades Psicanalíticas Brasileiras – que reúne 120 instituições –, ressaltou que a formação do psicanalista não é acadêmica, mas envolve análise pessoal, supervisão e vínculo com uma escola de psicanálise. Segundo ela, cursos rápidos ou de baixa qualidade podem causar danos irreparáveis a pacientes em situação de vulnerabilidade.
Assista na íntegra o debate sobre o tema no link: