Fonte: MinC
Em uma celebração que resgatou séculos de saber e memória, o Senado Federal homenageou, em sessão solene na quinta-feira (31), os 214 anos da Biblioteca Nacional – a mais antiga instituição cultural do Brasil e guardiã de um acervo que ultrapassa nove milhões de itens. Conduzida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), a cerimônia teve como objetivo reconhecer e celebrar o papel histórico e cultural desempenhado pela instituição, que é vinculada ao Ministério da Cultura (MinC).
Na ocasião, estiveram presentes a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Marco Lucchesi, e a diretora-Executiva da FBN, Suely Dias. Em seu discurso, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, enfatizou a relevância da Biblioteca Nacional como símbolo do conhecimento e guardiã de um patrimônio inestimável. “A Biblioteca Nacional não é apenas um espaço que abriga livros; ela é um repositório da memória coletiva do Brasil e está, assim, se moldando a um novo tempo, mas sem perder a essência que a torna tão especial: o amor pelo saber,” declarou. Para a ministra, celebrar essa data é valorizar um “tesouro” que representa a força do saber e da erudição brasileira.
Ela destacou ainda as iniciativas de modernização e acessibilidade digital empreendidas pela FBN nos últimos anos. Com o objetivo de democratizar o acesso à cultura e ao conhecimento, ela mencionou a importância da digitalização dos acervos e o desenvolvimento de plataformas que permitem o acesso remoto ao conteúdo da biblioteca.
“Hoje, assistimos à digitalização de acervos, à criação de plataformas digitais e ao desenvolvimento de iniciativas que tornam o conhecimento acessível a todos, independentemente de sua localização”, acrescentou a ministra, ressaltando o papel da instituição em tempos de informação digital acelerada. Marco Lucchesi descreveu a Biblioteca Nacional como uma “diplomacia do livro” e um motor de inclusão cultural. Para ele, a instituição atua como um espelho da diversidade e da cidadania brasileiras, refletindo a pluralidade do país.
“A Biblioteca Nacional realiza a diplomacia do livro, a construção do soft power, instância de microdiplomacia, quando, através do Ministério da Cultura, nessa perspectiva internacional, eleva sua voz, com modéstia, mas com coragem e adesão”. Ele se disse honrado por liderar a instituição nesse momento histórico. “A Biblioteca Nacional é um espelho que reflete o rosto de todas as cidadanias, é um espaço de inclusão, um espaço materno, de recepção, onde todos são bem-vindos como filhos, em uma celebração da bibliodiversidade”, completou.
Lucchesi também relembrou a origem da BN, que remonta ao acervo da Real Biblioteca de Lisboa, trazido ao Brasil em 1810 durante a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro. Ao longo dos séculos, a instituição cresceu e se modernizou, passando a contar com um acervo de mais de nove milhões de itens, entre os quais se destacam manuscritos históricos, mapas, gravuras, partituras e coleções iconográficas de inestimável valor. Cada uma dessas peças constitui um fragmento essencial da memória brasileira e internacional, preservando uma herança que testemunha os diferentes ciclos da história mundial e nacional.
Acervo
A Biblioteca Nacional recebe anualmente cerca de 80 mil exemplares que são catalogados e disponibilizados ao público por meio do portal da FBN, graças ao trabalho dedicado e à competência de seus servidores. A diretora-executiva da Biblioteca Nacional, Suely Dias, falou em nome dos servidores e colaboradores da FBN, enaltecendo a importância da instituição para o Brasil e ressaltou as ações estratégicas da biblioteca em parceria com outras instituições e organismos internacionais.
A Biblioteca Nacional do Brasil se posiciona entre as dez maiores bibliotecas do mundo, sendo a primeira da América Latina. Esse acervo, preparado com critério rigoroso de raridade e valoração patrimonial, representa a memória bibliográfica e documental brasileira, e sua preservação é um compromisso que assumimos com orgulho. Cada obra sob nossa guarda é uma peça insubstituível desse patrimônio cultural, que buscamos democratizar e tornar acessível à sociedade, sem nunca perder de vista nosso papel como guardiões dessa memória”, finalizou.