
O título dessa reflexão é o tema do livro conhecido como “Carta a Einstein”, escrito em1932 por Sigmund Freud, em resposta a uma carta do físico teórico alemão. A correspondência dos intelectuais foi publicada em 1933, simultaneamente em alemão, inglês e francês. Há 93 anos, o pai da relatividade convidou o pai da psicanálise para um debate contra a guerra de sua época. Nesse diálogo, Albert Einstein e Sigmund Freud, exploram as causas e possíveis soluções para os conflitos armados, com foco na natureza humana e nas estruturas sociais.
O livro surgiu a partir de um convite da Sociedade das Nações para que Einstein escrevesse sobre a possibilidade de evitar a guerra. Einstein escolheu Freud como interlocutor, devido à sua relevância intelectual e à sua perspectiva sobre a psicanálise, que poderia oferecer insights sobre a natureza humana. O diálogo aborda questões como a violência intrínseca ao ser humano, a influência da cultura e da sociedade na formação de conflitos, e a necessidade de uma autoridade central para mediar os interesses.
Einstein acreditava que Freud talvez tivesse a resposta para entender a vontade de matar e morrer que sempre existiu entre os homens. Porém, a resposta veio impregnada pelo pessimismo que marcava o pensamento freudiano a respeito da felicidade e das relações humanas, ceticismo esse, da qual me aproprio e me entristeço principalmente com as crenças religiosas, que em geral, afirmam que se o seu Deus não for o meu, eu te mato!
No ano passado, a Netflix lançou o documentário “Einstein e a Bomba”, que explora a vida do teórico após fugir da Alemanha nazista, focando na sua reflexão sobre a criação da bomba atómica e na luta pela paz. A produção utiliza imagens de arquivo e palavras de Einstein, retiradas de entrevistas, discursos e cartas, para criar uma dramatização que explora a sua mente e a demonstração do seu arrependimento, contrariando a mensagem apresentada na obra literária.
De intelectuais a ignorantes, o mundo está perdido nas mãos de nós, seres humanos…